sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Diferentes ritmos de tempo na História


14/02/2011

Autor e Co-autor(es)

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA
Co-autor(es)
Aléxia de Pádua Franco

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino
Componente Curricular
Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo
Estudo da Sociedade e da Natureza
Atividades produtivas e as relações sociais
Ensino Fundamental Inicial
História
Organização histórica e temporal
Ensino Fundamental Inicial
História
Ritmos de tempo

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
- Conhecer, ao longo da História, organizações sociais que operam com diferentes ritmos de tempo.
- Comparar o ritmo das mudanças entre as sociedades do passado e as sociedades contemporâneas.
- Compreender o processo histórico que ocasionou a aceleração das mudanças: transformações tecnológicas, espaciais e de comunicação.
- Investigar a coexistência, na atualidade, de modos de vida que seguem diferentes ritmos de tempo.
Duração das atividades
05 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Os encaminhamentos dessa aula dependem de um conhecimento prévio acerca do ofício do historiador. Se os alunos não dominarem minimamente esse assunto, é pertinente que o professor faça um apanhado geral sobre as características do trabalho deste profissional, salientando as questões metodológicas e teóricas. É interessante trabalhar as atividades sugeridas nas aulas “As diferentes maneiras dos Homens controlarem o tempo: tempo da Natureza, tempo do Relógio” e “Noções de passado, presente e futuro na história vivida e na história escrita”.
Estratégias e recursos da aula
Atividade 1 – Tempo e organização da vida.
Forme um círculo com os alunos e peça para que narrem aos demais um pouco de sua história pessoal sem, contudo, usar palavras que remetam à noção de tempo: menção a datas, expressões como “naquela época”, “antes disso”, “depois daquilo” etc.
A intenção é refletir sobre algumas questões:
- é possível construir uma narrativa que conte uma história sem se prender a marcos temporais – seja no espaço de anos ou de horas – que situem determinados acontecimentos em relação a outros?
- a idéia/noção de tempo e seus diversos ritmos imprimem inteligibilidade às narrativas?
Pergunte aos alunos:
- por que não é possível pensar a vida humana ou narrá-la sem fazer menção à temporalidade dos eventos, fatos etc.?
Mostre aos alunos o modo como as referências temporais, apesar do esforço empreendido em evitá-las (no caso da atividade proposta), tornam suas narrativas compreensíveis e articuladas. Para isso anote no quadro parte da narrativa que construíram e proponha uma dinâmica para a turma. Peça para que apontem as expressões que remetem a idéia de tempo e risque-as da frase. Em seguida, observe junto com a classe:
- A frase perde seu sentido?
- É possível substituir uma expressão de tempo por outra que não o seja e manter o sentido da frase?
Professor: com esta atividade os alunos poderão compreender de modo bastante prático como a idéia de tempo não só organiza suas experiências diárias como as tornam inteligíveis, imprimindo nelas intensidade e ritmo.

Atividade 2 – O tempo na história vivida.
Nesta atividade – que deve ser trabalhada de modo transdisciplinar, operando entre a História e a Língua Portuguesa – proponha aos alunos a confecção de um diário. Não é necessário algo muito extenso (ele pode ter cerca de 10 folhas A4 dividas ao meio, organizadas em uma brochura). A idéia é que, em cada folha, seja registrada parte da história do aluno e narradas algumas de suas vivências – em casa, na escola ou em outra ocasião em que se sentir a vontade para contar em seu diário.
O ideal é que os alunos organizem as divisões, mas tendo eles dificuldade sugira partes como “Antes de eu nascer”, “Quando eu nasci”, “O almoço de domingo na casa de minha dos meus avós”, “Eu já estava com 5 anos”, “Naquele dia comecei na escola”, “No dia dos pais de 2009” e coisas que tais.
Concluída essa etapa – o que provavelmente terá de ser feito em casa – peça para que façam a leitura de seu texto (ou do texto de um colega, se concordarem com uma dinâmica em que haja troca dos diários) e assinalem em lápis de cor as expressões que remetem ao tempo.
Em seguida, peça para que apontem essas expressões e digam em que frases aparecem (para compreender minimamente o contexto de sua utilização).
Professor: a partir das expressões enumeradas, destaque com os alunos que suas narrativas comportam – inclusive pelo uso dessas expressões – duas temporalidades básicas: histórica e vivida. A histórica é que tenta dar sentido ao texto em sua integralidade, articulando a vida do aluno em uma narração que dá conta de sua trajetória; a vivida é a que organiza as vivências episódicas dentro do amplo processo que constitui sua existência: o relato que organiza os acontecimentos de um almoço em data especial.
Problematize com os alunos:
- os ritmos de vida são os mesmos?
- o modo como dividimos o tempo, é o mesmo em todas as sociedades?
- em nossa sociedade, o ritmo/tempo é sempre homogêneo?
transito lento

tempo rapido

As duas imagens acima mostram como o tempo pode ser percebido como tendo ritmos diferentes: a de cima, indica o ritmo lento de um engarrafamento; a de baixo, ritmo rápido em razão da velocidade de deslocamento do cavalo.

Pense essas questões a partir do que os alunos apresentaram em seus diários. Mostre a eles que a noção/idéia de tempo (ou sua percepção) nem sempre foi a mesma.  Destaque junto aos alunos momentos em que os ritmos do tempo vivenciados eram distintos, sendo mais "tranqüilo" em determinado momento e "exigindo mais" das pessoas em outro. Isso é possível de se fazer explorando seus diários. Pergunte:
- nas experiências relatadas no diário, há momentos em que o tempo aparentemente passa mais rápido (isto é, em um ritmo mais intenso)?
- os dias em que se tem de fazer as tarefas escolares, ir para a escola, estudar para uma prova etc. parecem exigir um ritmo mais veloz para as atividades do que um dia de descanso?

Atividade 3 – Ritmo e tempo, passado e presente.
Uma vez os alunos tendo percebido, através das atividades anteriores, que o ritmo de tempo é mutável, proponha que voltem ao passado (através de conversa com outras pessoas) para perceberem como esse ritmo foi experimentado e transformado em relação ao vivido pelos alunos.
Peça para que interroguem parentes mais velhos (como avós e avôs) sobre situações vivenciadas por eles (informantes: avós, pais, tios etc.) e que podem ser mensuradas pelos alunos. Deve ser uma atividade cotidiana, então sugira um questionário:
- seu informante (avô, avó, pai, mãe etc.) conheceu o fogão a lenha?
- o que diz sobre ele?
- como funcionava?
- demorava-se muito para preparar um alimento em um fogão a lenha (peça para que considerem o tempo de aquecimento da chama e coisas correlatas)?
Em seguida, mostre aos alunos que em períodos históricos anteriores o ritmo de tempo era diferente, que com o passar dos anos, com as mudanças ocasionadas pelo avanço da tecnologia, com as transformações dos valores, hábitos etc. alterou-se a noção de ritmo de tempo. Isso pode ser feito a partir do forno microondas. Pergunte:
- conhecem o forno microondas e o usam?
- na maioria das vezes que o usa, se gasta muito ou pouco tempo?
- em comparação com o fogão a lenha, é possível afirmar que (no geral) o forno microondas é mais rápido ou mais lento para se aquecer os alimentos?
- com que velocidade o ritmo da vida vem se intensificando?
- Como as tecnologias têm contribuído para isso?
- Quais os aspectos positivos e os negativos implícitos?
Essas questões podem ser desenvolvidas no sentido do tempo gasto no aquecimento de alimentos e como isso interfere na organização da vida dos homens em sociedade. Isso imprime conseqüências cotidianas palpáveis. Leva-se mais tempo para fazer um almoço em um fogão à lenha ou para se fazer uma refeição no Mc Donalds? Mostre aos alunos essa diferença no ritmo do tempo experimentado por eles em contraste com o que se dava em momentos anteriores.
Recursos Complementares
Professor! Como recurso complementar para as discussões aqui abordadas use, principalmente, junto aos alunos da EJA,  fragmentos do filme Tempos Modernos (como o trecho disponível neste link:http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ&feature=related), de Charlie Chaplin, produzido em 1936, para se pensar junto com os alunos diferentes ritmos de vida dentro de uma mesma sociedade. A parte destacada no link acima aponta isso quando constrói uma representação para a figura do industrial que ao gerenciar a produção experimenta o passar do tempo em um ritmo menos exaustivo que os trabalhadores das linhas de produção. 
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Professor! Para se comparar, principalmente junto aos alunos da EJA, a questão do ritmo do tempo em sociedades diferentes e situadas em períodos históricos distintos use imagens. Faça uso de uma imagem que represente o trabalho em oficinas artesanais da Idade Média e outra centrada no trabalho industrial do mundo contemporâneo, como as disponíveis nos links a seguir: uma imagem de um ferreiro trabalhando em Corporação de Ofícios, durante a Idade Média, http://www.suapesquisa.com/o_que_e/corporacoes_de_oficio.gif, e outra que destaca um trabalhador na linha de produção, retirada do filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, disponível emhttp://www.brasilescola.com/upload/e/Tempos%20Modernos%20-%20CANAL%20DO%20EDUCADOR.jpg
Ao mostrá-las para a classe insira algumas questões:
- O que elas sugerem?
- Qual delas passa uma maior leveza em sua composição?
- Por outro lado, qual parece ser mais opressiva?
- Como as cores afetam a interpretação?
A partir desses questionamentos problematize a questão do ritmo do tempo na atividade artesanal da Idade Média em comparação com a produção industrial do final do século XIX e durante todo o século XX. Destaque que esses dois momentos históricos apresentam estruturas produtivas bem diferentes e o ritmo de produção em relação ao tempo também é distinto. Explore:
- em cada momento, como a experiência do tempo é vivenciada?
- em qual deles se formulou a percepção de que o tempo passa rápido?
Assim, saliente como a relação com o tempo é diferente em cada um destes contextos, destacando que na produção artesanal do medievo o fator ritmo-tempo é controlado pelo trabalhador, já na indústria moderna o ritmo-tempo é controlado pela maquinaria.
Avaliação
A avaliação deve compreender o entendimento das organizações sociais e seus diferentes ritmos de tempo, o modo como o ritmo das mudanças entre as sociedades do passado e as sociedades contemporâneas são pensadas, como as transformações tecnológicas influíram na mudança na percepção do tempo. Tudo isso deve ser aferido durante todo o processo educacional.

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